quarta-feira, 12 de junho de 2013

Fernando Magalhães "PINTURAS" - 08 de junho a 14 de julho


“o mundo na sua forma atual talvez não seja o único mundo possível”( PAUL KLEE)


A pintura é, para mim, uma das raras portas de saída do impasse tecno-filosófico do homem moderno. Contra as divisões arbitrárias, contra os cânones técnicos e estéticos herdados do passado. O homem deve sensibilizar-se a outras formas, mais autodidatas, mais puras, sem etiquetas.
A pintura deve constantemente renovar-se, hoje como antes, para que ela não falhe à sua missão de fonte de maravilhar, de vetor de progresso, de conhecimento e entendimento entre os homens.
Construo uma pintura aplicando manchas de cores sobre uma tela, sem nunca tentar dar-lhe um sentido. A força de agregar cores, formas espontâneas terminam por aparecer. E lá, o trabalho começa. Entro num diálogo subjetivo com a tela.
Assim, nestas formas espontâneas, procuro dar um sentido à obra, ou simplesmente ativar os sentidos, inconscientemente reencontrados: iluminando, escurecendo, escondendo, calmando, ativando, afastando, acariciando, amando... Atravessando assim a porta de um mundo, novos mundos se abrem a mim. Entro num universo onírico, onde o passado se mistura ao presente, o verdadeiro ao falso, o consciente ao inconsciente, o amor à morte. O resultado obtido é o mapa geográfico do mais profundo do meu inconsciente: um palimpsesto colorido. Acariciando assim as cores, espero fazê-las falar e, por elas, exprimir de mim uma obra cheia de beleza.

Fernando Magalhães