O impressionismo
contemporâneo do expressionista de hoje
A cor, a luz e o movimento, por entre
pinceladas soltas e dinâmicas, são a força maior da obra de Helena Dias que
teve o privilégio de ser acompanhada, na então Escola Superior de Belas-Artes
do Porto, pelos artistas Dórdio Gomes, Júlio Resende.
Natural de Viana do Castelo, não transporta
no pincel o som das marés e, sim, os aromas do campo que ainda perduram em
Oliveira de Azeméis onde a pintora se radicou. Naturezas, paisagens ou mera abstracção que a mancha proporciona ao expandir-se pela tela, através de tonalidades gritantes, insinuam-se integradas num possível impressionismo contemporâneo onde as variações de cores não são captadas ao ar livre, mas no imaginário da própria pintora que lhes dá as emoções de uma natureza íntima, intensa, rica, acolhedora.
A personalidade que lhe é legítima.
Cores puras, sombras luminosas, colocadas lado a lado, vão-se misturando tão só com o olhar do observador que lhes dá efeitos de óptica registados num momento breve. Este é o seu impressionismo pessoal de formas e de gestos que rodopiam pela pintura, emanando alegria.
E não apenas.
A obra de Helena Dias vive, também e melhor, de uma absoluta necessidade interior de pintar formas simplificadas de acentuado grafismo e cores fortes que resultam de uma tenção emocional e psicológica.
A sua pintura é assim entendida à luz do expressionismo e em oposição ao impressionismo que representa sensações. E, nesta paralela deformação expressiva das formas, entendemos a pintura de Helena Dias como única e singular.
(Helena Osório)
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